O PVC (Partido Comunista da Venezuela) publicou nesta 3ª feira (30.jul.2024) uma nota contrária à autoproclamada vitória de Nicolás Maduro (Partido Socialista Unido da Venezuela, esquerda) na eleição à Presidência. Segundo o partido, o anúncio do resultado “contrasta abertamente com o ânimo que existiu durante o processo eleitoral”. “Alertamos a opinião pública internacional que, assim como o governo de Nicolás Maduro tenha despojado o povo venezuelano de seus direitos econômicos e sociais, agora pretende privá-lo de seus direitos democráticos”, disse o PVD.
MUDAR A POLÍTICA – O Bureau Político do Partido Comunista salientou que o povo venezuelano se expressou nas urnas de domingo com a clara intenção de mudar a política do país. O partido também pediu que as facções “genuínamente democráricas” unam suas forças para “defender a vontade do povo venezuelano”. Por fim, a sigla exigiu ainda que o CNE (Conselho Nacional Eleitoral) divulgue todos os boletins de urna do pleito de domingo (28.jul).
PROTESTOS POPULARES – Nesta 3ª feira (30.jul), tanto a oposição quanto o governo organizaram atos na capital, Caracas, para se manifestarem sobre o resultado das eleições. Os contrários a Maduro ficaram reunidos desde as 12h (horário de Brasília) em frente ao prédio da ONU (Organização das Nações Unidas). Os apoiadores do governo se concentraram na sede do Executivo a partir das 15h (horário de Brasília). Atos contra o atual presidente e o resultado anunciado já deixaram ao menos 6 pessoas mortas e dezenas de feridas na Venezuela, segundo a ONG (Organização Não Governamental) Foro Penal. Outras 132 pessoas foram presas.
PRISÃO DE EX-DEPUTADO – De acordo com o partido Voluntad Popular (centro-esquerda), de oposição, o dirigente e ex-deputado Freddy Superlano foi detido por agentes do governo na capital. A legenda classificou o ato como “sequestro”. Outras duas pessoas também foram levadas. O CNE informou na madrugada de 2ª feira (29.jul) que Maduro obteve 51,2% dos votos válidos contra 44% de Edmundo González Urrutia (Plataforma Unitária Democrática, centro-direita). A oposição questionou o resultado e afirmou poder provar que houve fraudes na reeleição de Maduro. Segundo María Corina Machado, principal nome da oposição venezuelana e que afirma ter tido acesso aos boletins de urna, Maduro teve 2.759.256 votos, abaixo dos 6.275.180 de González.
Ponto de Vista: Importantíssima matéria enviada por José Augusto Schossland, sempre de olho no lance. Quando um líder ultraesquerdista, do tipo Maduro, é denunciado pelos comunista e pela centro-esquerda, conforme se constata, com apelo à opinião pública internacional, é sinal de que se chegou ao fim da picada. Portanto, Lula, Gleisi e Amorim perderam boas oportunidades de ficar de boca fechada, onde não entram moscas nem saem asneiras em série. (C.N.)
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