Virou piada. Poucos dias depois de Nicolás Maduro avisar que haverá um “banho de sangue” na Venezuela se a oposição vencer as eleições neste domingo (dia 28), o filho do ditador, que se chama Nicolás Maduro Guerra, deu uma entrevista ao jornal espanhol El País, dizendo exatamente o contrário: “Se Edmundo vencer, entregamos e seremos oposição, pronto. Não nasci na Presidência, meu pai não nasceu presidente”, disse ele, acrescentando: “E, se acabarmos virando oposição, seremos.”
NA OPOSIÇÃO? – Membro da Assembleia Nacional da Venezuela, Nicolás Maduro Guerra disse durante a entrevista em Caracas que, nesse papel de oposição, que os bolivarianos já não exercem há 25 anos, eles não pretendem facilitar a vida de seus adversários, representados pelo diplomata Edmundo González, que está liderando com folga as pesquisas.
“Se Edmundo vencer, entregamos e seremos oposição, pronto. Não nasci na Presidência, meu pai não nasceu presidente. E, se acabarmos virando oposição, seremos”. Mas fez a ressalva: “Não sei se eles nos aguentam como oposição, somos incômodos”. Mas o filho de Maduro logo se corrigiu, dizendo que tudo isso são apenas hipóteses, porque tem certeza de que seu pai ganhará a eleição: “Vamos vencer, eu garanto.”
RESPOSTA A LULA – A entrevista a El País funcionou como uma resposta ao presidente brasileiro Lula da Silva (PT), que sempre apoiou Hugo Chávez e seu sucessor Nikolás Maduro. Numa entrevista a agências internacionais na última segunda-feira (dia 22), Lula comentou as declarações de Maduro sobre um banho de sangue caso a oposição vença as eleições.
“Fiquei assustado com as declarações”, disse Lula, acrescentando: “Quem perde as eleições toma um banho de votos, não de sangue. Maduro tem de aprender: quando você ganha, você fica. Quando você perde, você vai embora e se prepara para disputar outra eleição”, assinalou o petista. As pesquisas indicam que a vitória de Edmundo González seria por 8% a 10%. De acordo com dois dos principais institutos do país, o oposicionista González tem 60% da preferência, ante uma média de 25% a 28% para Maduro.
Ponto de Vista: Devido às críticas de Maduro às eleições brasileiras e às urnas eletrônicas, o TSE não vai mandar observadores às eleições. Mas o senador Chico Rodrigues (PSB-RR), aquele que foi preso com R$ 30 mil na cueca, já confirmou presença. E o que ele disser estará valendo sobre a eleição venezuelana. É um observador isento e um avaliador nato, altamente respeitado pelos venezuelanos. (C.N.)
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