Dentre as inúmeras mudanças sociais que surgiram por conta do distanciamento de prevenção a Covid-19, estão os novos horizontes na educação, e consequentemente as mudanças nos métodos e objetivos das avaliações escolares. Como avaliar o aprendizado de um aluno sem estar frente a frente com ele? À que deve servir uma avaliação nesse contexto?
Primeiramente, é o momento de escolas e redes de ensino refletirem sobre o uso da avaliação como mecanismo de reprovação, sobretudo com a pandemia ainda não controlada. Nos Estados Unidos, por exemplo, a cidade de Nova Iorque decidiu que seus alunos não repetirão de ano e a sistemática de notas está dividida em três classificações: “atende aos parâmetros”, “precisa melhorar” e “curso em andamento”. Alunos identificados nas duas últimas situações passarão por reforço escolar. Já na Itália, a nota final levará em consideração a trajetória escolar do aluno, não apenas o resultado das avaliações deste ano.
No Brasil, o Parecer nº 5/20 do Conselho Nacional de Educação, homologado em 29 de maio pelo MEC (Ministério da Educação), sinaliza a importância da realização de uma avaliação diagnóstica no retorno das aulas presenciais para que seja possível identificar o “desenvolvimento em relação aos objetivos de aprendizagem e habilidades que se procurou desenvolver com as atividades pedagógicas não presenciais”.
Os debates e encontros virtuais atuais que estão ocorrendo com frequência no setor educacional trazem discussões sobre como os modelos tradicionais de ensino estão se adaptando a esse ano letivo tão atípico. Enquanto aguardamos uma vacina e acompanhamos os planos de retomada das escolas nos diferentes estados brasileiros, os estudantes seguem assistindo aulas à distância. Chama-nos atenção as mudanças que precisaram ser implementadas repentinamente na dinâmica dessas aulas. Nesse novo processo, é natural que muitas dúvidas surjam entre os educadores e as famílias. Os alunos realmente estão aprendendo com as aulas on-line? Quais habilidades e conteúdos deverão ser retrabalhados com uma turma quando as aulas presenciais voltarem? Como identificar e trabalhar as dificuldades individuais de cada aluno?
Durante minha jornada na área da educação, inclusive em sala de aula, onde passei parte da carreira como professor de química, tenho reforçado a necessidade de utilizar a avaliação prioritariamente pelo viés diagnóstico. Agora, mais do que nunca, a defesa dessa abordagem faz todo sentido. A pandemia trouxe a oportunidade de escolas e educadores repensarem suas estratégias pedagógicas. Quando os alunos retornarem às escolas, além de todos os cuidados sanitários e socioemocionais, será preciso realizar uma avaliação diagnóstica que identifique os pontos a melhorar de uma turma ou série, mas que também possibilite estabelecer um olhar personalizado para os alunos.
Ponto de Vista: Concordo! Seria mais fácil reprovar um aluno por "faltas virtuais", e olhe que há. KKKKKK
Drykarretada!