O voto de cabresto foi a ferramenta utilizada pelos coronéis para controlar o voto popular, por meio de abuso de autoridade, compra de votos ou utilização da máquina pública. As regiões controladas politicamente pelos coronéis eram conhecidas como currais eleitorais, sendo o povo coagido a votar nele ou no seu candidato. Eram verdadeiros espaços de mando e desmando, onde a decisão dos coronéis locais determinavam a ação da população. Como já vimos, o voto naquela época era aberto, de tal modo que era possível ver em quem o eleitor iria votar. Valendo-se dessa “brecha legal”, os coronéis deslocavam jagunços para os locais de votação para ver em quem, qual candidato o eleitor iria votar. Caso contrariasse os interesses dos patrões, o eleitor sofria retaliações, como: agressões físicas, perda do emprego, despejos de suas casas e suas famílias eram castigadas.
Como identificar o voto de cabresto nos dias de hoje. Do final da república dos coronéis até os dias de hoje, muita coisa mudou. Hoje o voto não é mais aberto, não há mais como saber em quem o eleitor votou, então é possível escolher de forma livre e direta o candidato preferido. Porém, na prática, podemos identificar situações que nos remetem a um voto de cabresto moderno, mesmo com tantos avanços e conquistas. O fenômeno ocorre com maior frequência em cidades do interior brasileiro, onde a principal fonte de renda é a prefeitura. As pessoas podem se ver obrigadas a votar em determinado candidato, talvez não mais pela coerção física, mas sim pela força psicológica, o medo. O medo de se verem sem o emprego e, consequentemente, sem renda paralisa as pessoas que preferem votar em quem lhes é imposto do que enfrentar o poder em prol de seus ideais. Outros, por sua vez, diante da realidade de miséria em que vivem, “optam” por aquele candidato que possa suprir suas necessidades básicas em um curto prazo, por exemplo: entrega de cestas básicas, pagamento de despesas com água e luz, compra de material de construção, promessa de emprego, entre outros. Tudo isso se configura como um voto de cabresto moderno. O interessante ás situações ora citadas, é que hoje notamos algo caminhando para o contrário ou seja, é o eleitor amarrando a corda eleitoral no pescoço do candidato. Já presenciei (no DF) pedidos aos candidatos políticos de todos os tipos. Pedidos como TELHAS, CIMENTO, FERRO, PAGAMENTOS DE ALUGUÉIS/CONTAS, DENTADURAS, REMÉDIOS e pasmem, até ÔNIBUS; isso mesmo vou repetir ÔNIBUS. Um "esfomeado" de um eleitor corrupto porque isso não fica longe de corrupção, pediu na cara dura um "baú", "buzú", "coletivo" enfim, um ÔNIBUS para as suas necessidades sabe-se lá quais. Resta saber se o candidato vai dar. Aí fica aquela pergunta. Como melhorar a política do nosso país se candidatos e eleitores, ás vezes estão no mesmo barco ou seja, só pensam em seus umbigos. O mal deveria ser cortado pela raiz e a raiz deveria ser os eleitores votando com consciência e não caindo nessas armadilhas. Infelizmente, donos de empresas de vigilância são PHD´s em fazerem isso. Se os funcionários/vigilantes não votarem neles, eles os demitem. Como saber? Conta-se o número de funcionários e multiplica por um fator seja ele 3 ou 4 ou 5, que representam as pessoas próximas dos funcionários. Se não atingir um "total" de votos, cabeças podem rolar. É complicado. É COVARDIA.
Drykarretada!