A Polícia Civil do Distrito Federal deflagrou hoje a operação Mob Fools e desarticulou uma quadrilha que praticava crimes cibernéticos. Foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão e 8 mandados de prisão preventiva nas cidades de Taguatinga, Samambaia, Ceilândia, Santa Maria, Sobradinho, Planaltina, São Sebastião, Planaltina de Goiás e Santo Antônio do Descoberto/GO.
Considerando a natureza cibernética do crime e as necessidades de apoio tecnológico a PCDF foi apoiada pela Delegacia de Repressão a Crimes Cibernéticos – DRCC que ajudou os investigadores na identificação e rastreio da quadrilha bem como do esquema criminoso.
Organizados entre operadores e laranjas, os membros da quadrilha praticavam crimes online subtraindo valores das contas bancárias das vítimas. Uma vez desviado o dinheiro era depositado nas contas de laranjas que sacavam os valores em caixas bancários e ficavam com 10% do total, repassando o restante aos líderes do bando. Para dificultar o rastreamento das transações e a recuperação dos valores, a quadrilha também chegava a dividir o montante roubado entre várias contas em várias movimentações sucessivas.
Outra prática da quadrilha era a tentativa de lavagem de dinheiro através de casas de câmbio e moedas estrangeiras. Após o crime cibernético os valores eram transferidos para as casas de câmbio que realizavam a venda de moeda estrangeira, o que dava ao dinheiro uma falsa aparência de origem lícita. Também eram feitos pagamentos de boletos bancários emitidos por empresas de fachada, outra tentativa de lavar o dinheiro e dissimular sua origem criminosa.
De grandes proporções, a Operação Mob Fools teve apoio de vários grupos militares como "a Divisão de Operações Especiais – DOE, do Departamento de Polícia Especializada – DPE e do Departamento de Polícia Circunscricional – DPC e envolveu cerca de 130 membros da PCDF, entre delegados, agentes de polícia e escrivães", segundo nota da assessoria de comunicação da PCDF.
Foram alvos da operação os laranjas, que recebiam os valores desviados e colaboravam com o esquema, e os líderes da quadrilha, que faziam os ataques virtuais e eram responsáveis pela divisão dos valores roubados e os percentuais de cada integrante. De acordo com a PCDF todos foram denunciados por organização criminosa, furto mediante fraude e lavagem de dinheiro, que, somados, podem levar a 32 anos de reclusão. A PCDF estima que ao longo de um ano e meio os golpes da quadrilha tenha totalizado um milhão de reais.