Bartolomeu Chaves participa do Mundial de Atletismo Paralímpico, em Kobe, no Japão O Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran-DF) divulga semanalmente em sua comunicação interna, um quadro chamado ‘Conte a sua história’ e uma delas chamou atenção. Foi história da auxiliar de serviços gerais, que presta serviços terceirizados ao Detran-DF, Elinalda Martins, mais conhecida como Paraguaia. Ela tem quatro filhos, um deles, Bartolomeu Chaves, nasceu com paralisia cerebral e deficiência intelectual, mas não o impediu de alçar voos mais altos e muito longes, mais especificamente no Japão. Hoje ele está com 23 anos e nesta terça-feira (21) ganhou medalha de ouro na modalidade de 400 metros, da classe T37, no mundial de atletismo paralímpico, que está acontecendo em Kobe, no Japão.
Elinalda veio do Maranhão para Brasília, sempre trabalhou com serviços gerais e está há dez anos no Detran. Em seus tempos livres, ela cuida da família, mas ainda sobra um tempinho para serviços extras para incrementar sua renda. Devido à sua condição, Bartolomeu tinha dificuldade de aprender as disciplinas escolares, mas descobriu que tinha outro talento. Com o incentivo de um tio que participava de competições de corrida no Maranhão, seu interesse se voltou para essa modalidade de esporte.
Bartolomeu veio depois para o Distrito Federal e chegou a treinar num Centro Olímpico na Ceilândia, mas não teve destaque. Já num centro de treinamento do Recanto das Emas, um professor percebeu o seu talento e o incentivou a participar de competições em São Paulo. O atleta foi a algumas competições pagas pelos professores, em uma das seletivas, “Meeting de Atletismo”, ele não tinha o calçado de corrida especificado, foi autorizado a correr descalço e ficou em primeiro lugar. Após isso, ele recebeu um kit, com vestimentas e calçados adequados. Alguns servidores do Detran também ajudaram com uma vaquinha para a compra do calçado específico para a competição. Depois, ele foi convidado para fazer parte do Centro de Treinamento do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), localizado no estado paulista e conta com o apoio do seu irmão, José, de 21 anos, que o acompanha e ainda divulga o seu trabalho no Instagram, vale a pena conferir a página do atleta, @passarin77 e a do COB, @brasilparalimpico. Em entrevista ao Globo Esporte, após ter ganhado este primeiro ouro num mundial, Bartolomeu afirmou: “é uma sensação muito boa. Senti muito cansaço, mas como é medalha de ouro, todo esforço é bem-vindo. É uma prova muito difícil, tem que sair muito forte e, nos 200 metros finais, aumentar o ritmo ainda mais. Mas deu tudo certo.” Com o resultado desta terça-feira (21), o país chega no mundial de Kobe a sua 16ª medalha dourada, mesmo recorde brasileiro que aconteceu num mundial de 2013. Em agosto deste ano, Bartolomeu vai participar das paralimpíadas da França.
Drykarretada!