Em relato emocionado, a ex-mulher do policial militar da reserva James Aparecido Melo Caldeiras, 56 anos, detalhou como foram os momentos de pânico em que foi atropelada e brutalmente espancada pelo homem. A tentativa de feminicídio ocorreu na Quadra 406 do Recanto das Emas. O PM se entregou à polícia no início da tarde desta quarta-feira (21/9). No entanto, esta não é a primeira vez que James é denunciado pela ex-companheira, que tem 44 anos. As ameaças de morte e as agressões tornaram-se constantes desde que o casal se separou, em agosto de 2021.
A vítima, que não terá a identidade revelada nesta reportagem por motivo de segurança, detalhou o caso ao site Metrópoles enquanto ainda estava internada no hospital. “Tive um relacionamento de mais de 10 anos com o James, policial da reserva. Ele não está satisfeito com o fim do relacionamento, o qual terminei em 1º de agosto de 2021; desde então, sofro várias tentativas de agressão e perseguição por parte dele”, contou a vítima. Na noite dessa quarta-feira (20/9), a mulher foi, mais uma vez, surpreendida com a aparição de James na academia em que frequenta, no Recanto das Emas. Ela estava saindo do local, acompanhada de um sobrinho e do atual namorado, quando percebeu o veículo do ex nas proximidades. “Percebi que tinha um carro branco perseguindo a gente. Como o carro dele é um Volkswagen Jetta branco, eu já fico de orelha em pé quando avisto um na rua. No estacionamento da academia, só tinha o carro do meu sobrinho, o meu e esse outro veículo, que era o dele”, detalha a mulher. Conforme relembra a vítima, após entrarem no veículo, em direção a uma distribuidora da região, ela percebeu que o Volkswagen Jetta branco continuava os perseguindo, até a rua da residência do namorado dela. “Quando percebi, o carro dele já estava subindo. Eu tentei acelerar e ele me fechou. Falei para o meu namorado descer do carro e pedir ajuda, porque eu fiquei com receio de o James estar armado e atirar nele”, conta ela. Na tentativa de evitar uma confusão, a mulher relata que desceu do carro para conversar com o policial e entender o que estava acontecendo. “Ele já veio me dando um soco no rosto. Me pegou pelos cabelos, me jogou no chão, me derrubou. Ele tentou me enforcar, estão aqui as marcas no pescoço, e falou que iria me matar. Eu tentei entrar no meu carro, ele entrou no dele e tentou me imprensar entre os dois carros, duas vezes. Não satisfeito, falou que iria pegar a arma e me matar”, lamenta a vítima. Segundo a mulher, as agressões só cessaram quando populares – após ouvirem os gritos de socorro dela – tentaram ajudá-la. Com receio de ser linchado, o homem entrou no carro dele e fugiu do local. O Corpo de Bombeiros (CBMDF) foi acionado para o local e transportou a vítima, que foi socorrida no Hospital Maria Auxiliadora, no Gama. Apesar de ferimentos nas duas pernas e escoriações pelo corpo, a vítima estava consciente, orientada e estável; ela já recebeu alta médica. Com medo de que possa ser vítima de mais uma agressão por parte do policial da reserva, a mulher pede que providências sejam tomadas. “Hoje, eu peço para vocês, eu não quero ser mais um número na estatística. Já é a terceira vez que ele tenta fazer isso comigo. Em agosto de 2021, ele foi preso, saiu. Em junho de 2022, ele quebrou a protetiva, ficou preso por mais de 60 dias e, mesmo assim, em audiência, saiu novamente. Em dezembro de 2022, quando ele descobriu que eu estava namorando, falou que não ia ter Natal na minha família, porque ele iria me matar antes”, lembra, temerosa. “Na época, ficamos com medo, e eu registrei mais um boletim de ocorrência. Mas ele foi solto de novo”, completou a mulher. De acordo com a ex-companheira de James, haverá outra audiência, em 2 de outubro, a respeito da quebra de medidas protetivas. “E hoje ele veio e fez isso comigo, jurando que vai me matar. Então, eu peço, pelo amor de Deus, providências”, pontua. A tentativa de feminicídio é investigada pela 27ª DP (Recanto das Emas). Segundo informações da PMDF, o homem já estava com o porte de arma suspenso, devido a outras ocorrências de violência doméstica contra a ex-mulher.
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