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Médico ginecologista japa "tarado" no DF.

Nova vítima denuncia ginecologista por abuso em consulta: "Me penetrou". Se os "manos" não tomarem uma decisão, a justiça vai passar a mão. Só pode.

Publicada em 29/06/2023 às 08:02h - 323 visualizações

Drykarretada a notícia como deve ser/Marcus Rodrigues (pm)


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Ali promotora.

Médico ginecologista japa
 (Foto: Desconhecido!)

Uma terceira vítima do ginecologista Celso Satoru Kurike, indiciado pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) por abusar sexualmente de pacientes durante atendimentos clínicos, rompeu o silêncio e detalhou o que passou com o médico investigado. A vítima, que não terá o nome divulgado, relatou que o ginecologista sempre atuava de maneira semelhante ao cometer os abusos, com toques à força, na tentativa de provocar orgasmos não consentidos pelas vítimas. À época, entre 2010 e 2012, a denunciante tinha cerca de 22 anos. Celso era o primeiro ginecologista com quem ela se consultou e também atendia outras parentes da vítima. “Fui paciente dele por muitos anos, assim como minha mãe, vó e minhas tias. Por questão familiar, acabei me tornando também. Ele era referência em Taguatinga”, contou. Celso iniciou as investidas em um dos primeiros atendimentos da vítima. “Ele começou a tratar de uma infecção urinária que tive. Todas as vezes em que eu ia ao consultório, ele falava: ‘Namora comigo, você é muito bonita’. Relatei aos poucos para minha mãe, mas não tinha coragem de contar para meu namorado”, desabafou. “Um dia, fui reclamar de uma situação de vaginismo — um estreitamento muscular da vagina —, e ele penetrou o dedo do meio com o indicador e me estimulou. Fiquei apavorada com aquilo. Eu estava sozinha [na sala]. E ele falava: ‘Você sente algo?’. Eu estava começando a sentir um orgasmo, mas não queria falar”, completou a vítima. Celso também impedia que pacientes estivessem acompanhadas no consultório. Em uma das ocasiões mencionadas pela vítima, o médico pediu que a mãe dela se retirasse da sala. “Eu me sentia limitada. O fato de eu ter ficado calada por tantos anos foi por não ter conhecimento. Hoje, sei que o ginecologista é obrigado a ter uma técnica [em enfermagem] ou enfermeira junto, na [hora da] coleta de um exame papanicolau. Diante disso, a gente para e pensa: ‘Eu fui molestada, fui abusada'”, lamentou.

Contatos indevidos. Kurike se tornou alvo de inquérito policial e foi indiciado por violação sexual mediante fraude, após pacientes o acusarem de tocá-las de maneira imprópria no momento em que estavam na maca de atendimento. Uma das vítimas relatou que Celso pediu a ela para se deitar e, ao coletar o material para exame preventivo, perguntou se a paciente sentia dores ao manter relações sexuais. Diante da resposta negativa, o ginecologista afirmou que isso ocorria porque ela “não era estimulada”. A vítima contou à polícia que, após a fala, o ginecologista tocou no clitóris dela e começou a massageá-lo. Em seguida, perguntou se ela estaria “gostando”. Em choque, a paciente ficou sem reação. O médico prosseguiu, afirmou como ela deveria manter relações sexuais e acariciou as pernas da denunciante. Acuada, a vítima ainda ouviu do médico que ela “tinha um sorriso muito lindo” e o sentiu acariciar-lhe os cabelos. A paciente se vestiu, disse que iria embora, mas Celso só a liberou mediante um abraço. A vítima se negou e, sem conseguir deixar o consultório, por causa da insistência do ginecologista, acabou tendo de abraçá-lo para sair da sala. O relato integra o processo que apura os crimes cometidos por Celso Satoru Kurike.

Perguntas inapropriadas. Outra vítima que denunciou os abusos relata que procurou o hospital para agendar um atendimento ginecológico e teve horário marcado com Kurike, com quem nunca havia se consultado. Na data combinada, a paciente informou que sentia dores na cicatriz deixada pela cesariana, além de cólicas e forte fluxo menstrual. O médico, então, pediu que ela respondesse a algumas perguntas, as quais causaram estranheza à paciente. O ginecologista queria saber quantos parceiros sexuais a vítima teve na vida, se costumava sentir dores durante a relação sexual e se tinha dificuldades para chegar ao orgasmo. Em seguida, Celso lhe pediu para tirar a roupa e vestir um avental. Após fazer o exame das mamas e a coleta para exame papanicolau, o médico tocou o clitóris da vítima e fez movimentos circulares. Em seguida, teria dito que aquele ponto “é o local onde as mulheres sentem prazer”. Em choque, a denunciante não esboçou reação. Insistente, o médico declarou que ajudaria a paciente a parar de sentir as dores e passou a espetar agulhas semelhantes às de acupuntura pelo corpo da vítima. Assustada, ela se levantou, foi ao banheiro e trocou de roupa. Quando a paciente se preparava para deixar o consultório, o médico ainda disse que, caso ela tivesse “dificuldades para chegar ao orgasmo, ele ajudaria”.

Crimes contra a dignidade sexual. A defesa de uma das vítimas destacou que a semelhança dos depoimentos serve como prova cabal dos delitos cometidos pelo médico. “Nos crimes contra a dignidade sexual, a palavra da vítima tem especial relevância, pois, na maioria das vezes, os fatos são praticados sem a presença de testemunhas. Por isso, é importante que as pessoas não tenham medo de procurar as autoridades em situações como essa”, orientou o advogado Bruno Félix. Procurado pela coluna, o Conselho Regional de Medicina no Distrito Federal (CRM-DF) informou que o médico se tornou alvo de procedimento administrativo. “A apuração resultou na aplicação da penalidade de suspensão [do registro profissional] por 30 dias […], por infração aos artigos 38 e 40 do Código de Ética Médica, em fevereiro do ano passado. Demais informações correm em sigilo processual”, comunicou a instituição. A coluna (Metrópoles) localizou o contato do médico e conversou com o advogado Eduardo Teixeira, que representa Celso Satoru Kurike. O inquérito policial sobre o caso se encontra em segredo de Justiça, segundo a defesa do ginecologista. “Foram apresentados, nos autos da investigação, todos os elementos informativos aptos a demonstrar a falsidade da acusação”, resumiu o advogado. O caso é investigado pela 12ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Centro).

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