O desembargador Gamaliel Seme Scaff, do Tribunal de Justiça do Paraná, concedeu, em liminar, nesta sexta-feira (14/2), prisão domiciliar ao ex-policial penal federal bolsonarista Jorge José da Rocha Guaranho, condenado na quinta (13/2) pelo homicídio de um guarda municipal que fazia uma festa de aniversário com temática da candidatura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2022. A 1ª Vara do Tribunal do Júri de Curitiba havia estipulado a pena de 20 anos no regime fechado. Mas Scaff observou que o condenado está muito debilitado e com dificuldade de locomoção. Por isso, concluiu que a prisão domiciliar não colocaria em risco a sociedade ou o cumprimento da lei penal.
No pedido de Habeas Corpus preventivo, a defesa de Guaranho havia indicado que ele faz tratamento médico especializado, pois, durante o episódio do assassinato, foi alvo de espancamentos e nove disparos de arma de fogo. Segundo os advogados, diversos projéteis estão alojados no corpo do ex-policial penal, inclusive no crânio e na parte esquerda da massa encefálica. Em julho de 2022, Guaranho, apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), invadiu a festa de 50 anos do guarda municipal Marcelo Arruda, que acontecia em uma associação esportiva de Foz do Iguaçu (PR).
O investigado passou de carro em frente à festa, acompanhado de mulher e filha, saiu do carro, armado, e gritou: “Aqui é Bolsonaro!”. O guarda, então, arremessou chope e pedregulhos para afugentar o invasor. O policial penal deixou o local, mas dizendo que voltaria. Cerca de 20 minutos depois, Guaranho retornou à festa, sozinho e armado, e atirou contra Arruda, que reagiu com sua arma funcional. Os disparos do bolsonarista foram fatais. Arruda era também diretor do Sindicato dos Servidores Municipais de Foz do Iguaçu (Sismufi) e tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT) na cidade. Em 2020, ele foi candidato a vice-prefeito pela legenda.
Processo 0014141-32.2025.8.16.0000
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