Ministros do Supremo suspeitam que o ex-assessor Eduardo Tagliaferro foi quem vazou as mensagens do gabinete de Alexandre de Moraes. Tagliaferro é peça-chave na troca de mensagens que revelariam o uso do órgão de combate à desinformação do Tribunal Superior Eleitoral fora do rito para investigações contra bolsonaristas no STF.
Ele foi preso por violência doméstica e disparo de arma de fogo em maio de 2023, em Caieiras, na região metropolitana de São Paulo, quando teve o celular apreendido. Tagliaferro trabalhava desde 16 de agosto de 2022 como chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação, da Secretaria-Geral da Presidência do TSE.
MAIS DE UM ANO – Segundo a Folha, o material obtido pelo jornal abrange mensagens trocadas de agosto de 2022, no período eleitoral, a maio de 2023. A sessão desta quarta-feira (14/8) no Supremo foi recheada de elogios a Alexandre de Moraes, após reportagem de Glenn Greenwald e Fábio Serapião mostrar que assessores do ministro-relator do Inquérito do Fim do Mundo (fake news e milícias digitais) não observaram o rito na produÇão de relatórios sobre desinformação para abastecer a importante investigação no STF. Moraes procurou ironizar as denúncias, que são muito sérias. “Seria esquizofrênico eu, como presidente do TSE, me oficiar, encaminhando ofícios para o Supremo. Mas nem todos os ministros estão dispostos a sair em defesa de Moraes. Ao menos um ministro do STF achou “precipitado” defender Moraes. André Mendonça comentou com um interlocutor que achou precipitada a defesa feita pelos colegas. Mendonça achava mais prudente esperar para ver se haveria outras publicações. Mendonça não externou publicamente sua opinião. Mas Alexandre de Moraes soube dela, e anotou.
Ponto de Vista: O Boletim de Ocorrência contra Eduardo Taguiaferro diz que o celular dele foi lacrado. Será mesmo? O clima está esquentando. Dois ex-presidentes do Supremo, Nelson Jobim e Marco Aurélio Mello, têm criticado as ilegalidades cometidas por Alexandre de Moraes, enquanto outros ministros tentam passar paninho, como Luís Roberto Barroso e Gilmar Mendes, que fez uma pequena defesa por escrito, para não se comprometer, porque mais denúncias contra Moraes já estão no forno. (C.N.)
Drykarretada!