O mandato (não renovável) de Alexandre de Moraes acaba no começo de maio. Pelo tradicional rodízio de governança, Cármen Lúcia assume a presidência. Kassio Nunes Marques e o evangélico André Mendonça, nomeados pelo ex-presidente, completarão a lista de ministros oriundos do Supremo até agosto de 2026, cerca de 45 dias antes da eleição do sucessor de Lula. Aos dois magistrados até aqui obedientes ao capitão soma-se o corregedor-geral, Raul Araújo Filho, oriundo do STJ, que fica um pouco mais no posto —até setembro de 2026. Cargo-chave na estrutura hierárquica do TSE, tem o poder de investigar ou não investigar candidatos por abuso de poder econômico, de autoridade ou político. É bolsonarista raiz.
DEPOIS, EQUILÍBRIO – Quando Cármen Lúcia sair, Kassio será presidente do TSE. Sua vaga será ocupada por Dias Toffoli. Um novo equilíbrio de forças se configura, com preponderância conservadora e direitista entre os sete juízes às vésperas da próxima eleição presidencial. É bom lembrar que, em 2018, Toffoli levou para o gabinete da presidência do Supremo o general que depois seria ministro da Defesa de Bolsonaro. Acusado de trair Lula, que o nomeou em 2009, Toffoli não esconde a efusiva “amizade” que manteve com Jair Bolsonaro ao longo de seu governo, enquanto vociferava contra o tribunal. Ao cenário interno soma-se a visibilidade internacional do ataque do bilionário Elon Musk ao ministro Alexandre de Moraes.
Drykarretada!