Já dissemos aqui na TI que jornalista de política precisa estar sempre atento às notícias plantadas, que possam levar nossa alma por caminhos tristonhos, como dizia Ary Barroso. É preciso aplicar sempre um filtro nas informações da imprensa amestrada, que chegam até a mudar o sentido das coisas. Um bom exemplo é essa crise entre Congresso e Supremo. Há meses estamos avisando na TI que o caso é grave, trata-se de uma crise institucional absolutamente inédita, causada pelos vícios existentes em decisões do Supremo e de seus ministros, na interpretação da lei e da jurisprudência. Mas a imprensa amestrada desmentia, considerando que estaria havendo um exagero por parte do Congresso, mas agora ficou claro que as coisas não são bem assim.
CONCORDÂNCIA – Muitos políticos concordaram e aplaudiram as extravagâncias do Supremo, devido à alegação que teriam sido necessárias para evitar um golpe de Estado. E assim os abusos jurídicos foram se incorporando à normalidade do tribunal, a ponto de amolecer até um ministro rígido como Luiz Fux. Desde que o STF passou a costear o alambrado das leis, em 2019, quando libertou Lula da Silva e transformou o Brasil no único país da ONU que não prende criminoso após segundo instância, uma vergonha internacional, Fux jamais tinha sido conivente. Pelo contrário, votou contra a soltura de Lula, contra a descondenação dele e contra a suposta parcialidade do então juiz Sérgio Moro, ou seja, vinha se mantendo íntegro. Mas acabou sucumbindo às deformações do Supremo, ao votar a favor de 21 anos de prisão para condenar participantes do 8 de janeiro, sem que houvesse provas materiais de participação, em julgamento genérico (uma das inovações do Supremo brasileiro), com a mesma acusação para todos os réus (outra inovação), sem direito de o advogado fazer a defesa oral (mais uma). Desgraçadamente, Fux votou a favor de tudo isso.
TUDO ERRADO – Assim, a invasão e depredação dos três Poderes vai entrar na História como mal investigada e pessimamente julgada, transformando a justiça brasileira num exercício de vingança, algo que a verdadeira democracia jamais aceitaria. Em Brasília, é sabido que os verdadeiros terroristas chegaram na véspera, de avião, e se hospedaram em hotéis. Segundo o testemunho do oficial que comandava o destacamento da PM, esses elementos eram profissionais, os únicos que portavam barras de ferro e usavam toucas ninjas, máscaras contra gás lacrimogêneo e luvas especiais, para devolver essas bombas, que ficam muito quentes quando explodem. “Eles jogavam de volta as bombas contra nós”, testemunhou o oficial da PM, que foi condecorado. As fotos mostravam esses black blocs em ação. Eram os verdadeiros terroristas, que insuflaram a multidão. A Polícia Federal jamais procurou identificá-los nos hotéis e companhias aéreas. E o Supremo também desprezou esse fato e preferiu considerar como terroristas até as donas de casa que acreditaram em líderes políticos sem caráter, que as usaram como bucha de canhão.
Drykarretada!