As pessoas em Manaus, os manauaras, se queixam de olhos vermelhos lacrimejando, com problemas de respiração, na garganta, com dificuldade inclusive dentro de casa, sem poder respirar direito. Muita fumaça tapando a visão já há dias a ponto do ex-governador Arthur Virgílio ter feito um poema cotejando com o Rio da Minha Aldeia, do Fernando Pessoa, comparando com o Rio Negro, na confluência com Amazonas, como está sofrendo a região. Segundo o INPE, são 2.770 incêndios, focos de calor. Isso é 84% a mais que em outubro do ano passado. O ar está péssimo. Imagina a ironia de uma capital numa cidade, no meio da floresta amazônica, estar com uma das piores qualidades do ar do mundo nesse momento. Uma das causas é o aperto de pequenos agricultores, pecuaristas e familiares da agricultura. A renda despencou e o preço do gado despencou. Para fazer a limpeza do terreno, a tradicional coivara, que é o fogo, que fica mais barato. Claro que primeiro tem que derrubar para depois queimar. Porque a floresta amazônica, ainda que toque fogo, não queima porque é verde úmida. É uma floresta úmida. Floresta equatorial úmida, só pra lembrar aquilo que a gente aprendeu lá no grupo escolar.
Drykarretada!