Terça-feira foi um dia de susto. O Brasil ficou seis horas no escuro – não exatamente no escuro, porque tinha a luz do sol, mas ficou seis horas sem energia elétrica. No mesmo dia em que ficamos sabendo que outro tipo de energia, a do combustível fóssil, do diesel e da gasolina, teve grandes aumentos. A Petrobras anunciou aumento de 25,8% no diesel. Imaginem só: o diesel, que transporta a riqueza do país, que movimenta as máquinas do agro que sustenta as contas externas, tem um quarto de aumento, uma quarta parte a mais no preço. E a gasolina subiu 16,2%, mesmo batizada com 27% de álcool. Já estavam falando de falta de abastecimento de diesel em alguns estados. É aquela história de a Petrobras voltar a ser o que era, toda cheia de interesses político-partidários, e abandonar o que não poderia ser abandonado, que é a paridade internacional. Será que dá para confiar no sistema nacional de energia elétrica? Só Roraima não caiu no apagão porque, graças ao ambientalismo, às questões indígenas etc., o estado ainda não é abastecido pela conexão de eletricidade do Brasil. O presidente Lula agora está falando com a Venezuela para Roraima ficar dependente da Venezuela, quando poderia muito bem fazer um acordo com a vizinha Guiana e explorar rios que são excelentes para hidrelétricas. O apagão aconteceu pela manhã, quando não há pico de energia, no momento em que a atividade econômica está desacelerando, com demanda 15% abaixo da demanda máxima desse ano. Os reservatórios das hidrelétricas estão todos cheios – a pior situação é o de um com 77%, mas tem reservatório com mais de 90%. Então, também não foi isso. Ficou muito estranho, uma espécie de alerta para a administração da energia.
Drykarretada!