Um acordo estabelecido entre o Brasil e o Paraguai neste mês vai gerar um custo adicional na conta de luz de R$ 1,9 bilhão aos consumidores brasileiros. O valor é referente à nova tarifa de Itaipu, de aproximadamente R$ 85, que elevou as despesas de exploração de pouco mais de R$ 5 bilhões em 2022 para R$ 7,6 bilhões neste ano. Até 2021, as despesas de exploração se mantinham estáveis, em cerca de R$ 3,8 bilhões anuais. No ano passado, o acordo de tarifa realizado pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro representou um acréscimo de R$ 1,3 bilhão na conta de exploração. Parte dos recursos foi usada para financiar parcerias de interesse regional. Com o acordo firmado pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva, as despesas de exploração dobraram; com isso, os brasileiros vão arcar com o valor na conta de luz. Os gastos para manter a usina são formados por um tripé que inclui a dívida contraída para a construção, o pagamento de royalties e as despesas de exploração. Entretanto, no fim de fevereiro, Itaipu pagou a última parcela e quitou a dívida histórica da construção da hidrelétrica, que representava cerca de 60% dos custos da usina. Como o tratado estabelece que Itaipu não pode ter lucro, a expectativa era que o fim da dívida fosse incidir na redução da tarifa dos consumidores. No entanto, parte do valor deve ser usada para bancar programas socioambientais e obras (incluídas no custo de exploração), anulando em grande parte a redução da tarifa em razão do fim da dívida. Por ser uma usina binacional, para cada dólar gasto no Brasil, obrigatoriamente outro dólar é destinado ao Paraguai. Como a maior parte da receita de Itaipu é gerada com a venda de energia no Brasil, na prática são os brasileiros que pagam pelas obras no Paraguai e no Paraná.
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