A volta de invasões promovidas por organizações como a Frente Nacional de Luta Campo e Cidade (FNL) e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) acendeu o alerta amarelo nas secretarias de Justiça e Segurança Pública de governos do Estado. Os esforços ocorrem após anos sem invasões dos sem-terra, uma vez que durante o governo de Jair Bolsonaro as ações de combate eram articuladas com o extinto Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, encabeçado pela então ministra Tereza Cristina. Transformada em Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), desde o início deste ano a pasta esvaziou-se de responsabilidades anteriores, o que na visão de especialistas da agropecuária contribui para a volta desses movimentos sem-terra. Entre as mudanças feitas pelo governo Lula, o Cadastro Ambiental Rural (CAR), que serve de base para o Programa de Regularização Ambiental (PRA), saiu do guarda-chuva do Ministério de Agricultura e passou para o Ministério de Meio Ambiente e Mudança do Clima, da ministra Marina Silva. A Companhia Brasileira de Abastecimento (Conab) e a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), por sua vez, foram para a responsabilidade do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDAAF), do ministro Paulo Teixeira, que também passou a comandar o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e a Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater). Em invasões recentes organizadas pelo MST em propriedades da Suzano na Bahia, o movimento dos sem-terra afirmou que elas ocorreram devido à lentidão das nomeações que ficarão à frente do Incra, bem como das superintendências regionais do órgão.
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