Nesta terça-feira a Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou o relatório de um senador lulista furando o teto de gastos e o equilíbrio fiscal. Não serão quatro anos de furo, mas dois, e não serão R$ 198 bilhões de furo, mas R$ 145 bilhões. Provavelmente puseram o bode na sala para poder negociar. Como o PL queria adiar a votação convocando uma audiência pública, houve a negociação, o prazo foi reduzido pela metade e o valor caiu bastante. O furo ficou menor, mas ainda assim acabei de saber que o agro está parado nas suas compras, nos seus investimentos; o setor de máquinas agrícolas sente isso, as vendas pararam. Pois estão todos esperando para saber de quanto serão os juros. A perspectiva é de alta nos juros, na inflação e na dívida pública; são as consequências de se gastar demais. Era o equilíbrio fiscal que vinha conseguindo manter a inflação em torno de 5%. Agora já estão projetando que no fim do ano a inflação ficará em 6%; só a expectativa já provoca isso. A essa hora, já estão preparando a votação da PEC fura-teto no plenário do Senado. São necessários 49 votos dos 81 senadores, ou 60%. Mas na Câmara será mais complicado: são necessários 308 votos dos 503 deputados e, além de tudo, Arthur Lira não vai entregar tudo de mão beijada; se ele vai ficar mais dois anos presidindo a Câmara, ele vai querer ficar com um trunfo na mão para negociar com o presidente e mostrar sua força como dono da pauta. Essa é a expectativa.
Drykarretada!