Muitas emissoras de rádio foram injustamente envolvidas nessa bomba que estourou nas mãos do TSE. Uma das obrigações administrativas do Tribunal Superior Eleitoral é, com respeito à eleição, manter a isonomia na propaganda eleitoral. Para isso, muitas propagandas foram censuradas, muitos cartazes foram retirados, fizeram muita coisa. Só não foram capazes de auditar o que as rádios estavam veiculando. Todo mundo que tem propaganda em rádio faz isso. Eu trabalhei muitos anos como locutor de rádio e tínhamos esse controle. A propaganda do Melhoral, da Coca-Cola, da loja tal, da empresa de ônibus tal, da transportadora tal. Eles pagavam e havia um controle sobre isso. Então, não sei o que falhou. O fato é que, quando a campanha de Bolsonaro denunciou, foi quase repelida pelo presidente do TSE, que não mostrou atitude de juiz. O juiz tem de ser imparcial. Ele chegou a ameaçar os queixosos de processo-crime para tumultuar a eleição. Chamou de “documentos apócrifos”. Estava tudo constatado pela empresa que faz auditoria: 154 mil inserções que foram abolidas, que não apareceram, principalmente em emissoras de rádio da Região Nordeste. E o Nordeste é exatamente uma região em que a pessoa se informa mais pelo rádio. O rádio é essencial. Aí aparece a segunda bomba: um funcionário até então de confiança passou a não mais ser de confiança. Foi retirado do tribunal; entrou por concurso e foi retirado pela segurança, tiraram o seu crachá. Ele contou que havia se queixado à sua supervisora – que, por sua vez, é casada com um assessor de Alexandre de Moraes. E a ordem de demissão teria partido do secretário-executivo José Levi, secretário-geral do TSE, que, por sua vez, tinha sido secretário-executivo do então ministro da Justiça Alexandre de Moraes.
Drykarretada!