Em tom de campanha, o ex-juiz e ex-ministro da Justiça Sergio Moro não deixou dúvidas, em entrevista ao programa Conversa com Bial, exibido na madrugada desta quarta-feira, 17, pela TV Globo, que pretende mesmo ser candidato à Presidência da República em 2022. O ex-símbolo da Lava Jato afirmou ao jornalista Pedro Bial que se sente pronto “para liderar” um programa de governo. “Eu estou preparado para assumir a liderança de um projeto de governo e certamente não estou sozinho. Eu me sinto pronto para liderar. Nós estamos construindo um projeto consistente. Se o povo brasileiro tiver essa confiança, seguiremos adiante”, disse Moro. O ex-ministro da Justiça e da Segurança Pública também falou sobre sua saída do governo do presidente Jair Bolsonaro, em abril de 2020. “Estendi minha permanência no governo porque eu tinha um projeto de lei anticrime que apresentei no começo de 2019, que teve uma tramitação lenta porque eu não tinha apoio do governo. Então, foi votado apenas em dezembro de 2019. O projeto não foi aprovado nos termos em que apresentei e algumas medidas que foram inseridas interferiam no combate à corrupção. Pedi para o presidente vetar, mas ele não vetou. Confesso que fiquei surpreso, porque ele tinha o discurso voltado para o combate à corrupção”, criticou. “Eu tinha expectativa de o presidente ser mais estadista. Fiz o máximo que eu pude, até o momento em que me foi retirada a possibilidade de continuar o governo e foi aberto aquele inquérito. O que foi gravado naquela reunião ministerial, aquilo é bastante revelador, todo mundo que assiste aquilo viu o que estava acontecendo”, completou o ex-ministro, referindo-se à reunião ministerial do dia 22 de abril de 2020, cujo conteúdo foi tornado público por meio do vazamento de áudios e gravações.
Lula - Na entrevista à Globo, Moro também comentou as condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que foram anuladas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) — o que permitirá ao petista, se quiser, concorrer mais uma vez ao Palácio do Planalto. “Eu nunca tive uma questão pessoal com o ex-presidente Lula. Eu fiz meu papel de juiz. O que nós vimos durante o governo dele foram os maiores escândalos da história. O mensalão não foi julgado por mim. Foi descoberto um esquema de compra de votos para apoiar o governo federal, e quem era o presidente da época?”, indagou Moro. “A Petrobras foi dia e noite saqueada como nunca antes na história deste país. Isso não é mito, não é ficção. Temos provas e reconhecemos o maior esquema de corrupção da nossa história.”
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