Negando, pelo menos por enquanto, a necessidade de um racionamento no país, o governo federal voltou a fazer um apelo a população para que utilizem a energia de forma racional. O Ministério de Minas e Energia anunciou que pretende premiar o consumidor, seja residencial, comercial, industrial ou rural, que conseguir reduzir o consumo. A ideia, segunda o ministro Bento Albuquerque, é, com a redução, tentar evitar que o nível dos reservatórios caia ainda mais. Ele garantiu que a medida está longe de ser classificada como racionamento. “Eu não entendo como racionamento essas medidas que foram adotadas pelo governo federal. Eu faço uma analogia como se você tivesse que participar, na sua casa, de um esforço para reduzir o consumo em face a seccionalidade que estão passando.” As regras da premiação ainda não foram definidas. A expectativa é de que os detalhes sejam divulgados no mês que vem. Essa é mais uma tentativa do governo de tentar evitar a sobrecarga no sistema elétrico, com risco de apagões ou a necessidade de racionar a energia. O governo alertou também que, se não houver redução do consumo, as tarifas vão continuar subindo indefinidamente — como explica o secretário de Energia, Christiano Vieira da Silva. “A tarifa tem que contemplar esses custos. Quando a gente fala em resposta da demanda, é uma oportunidade que se dá aos consumidores de dizer ‘olha, aqueles custos contemplados podem ser menores se você ficar um esforço'”, explica. O ministro da Economia, Paulo Guedes, mostrou confiança de que o país está superando as dificuldades e minimizou o impacto dessa questão energética. “Eu estou muito confiante de que nós vamos atravessar. Se no ano passado, que era um caos, nós nos organizamos e atravessamos, porque nós vamos ter medo agora? Qual que é o problema agora, que a energia vai ficar um pouco mais cara porque choveu menos? Ou o problema agora é porque está tendo uma exacerbação porque anteciparam as eleições? Tudo bem, vamos tapar o ouvido e atravessar. Vai ser uma gritaria danada, mas vamos chegar lá.” Para dar exemplo, ele anunciou que pretende reduzir de 10% a 20% o consumo de energia em órgãos públicos. O governo lembrou que o pais enfrenta a pior crise hídrica dos últimos 31 anos, com reservatórios com capacidade reduzida em boa parte do país. O Operador Nacional do Sistema informou que esperava que chovesse pelo menos no Sul, durante os meses de julho e agosto — o que não aconteceu. E que a perspectiva para o restante do ano ainda é incerta. Segundo a ONS, ninguém consegue apontar um cenário preciso. A previsão é de que o tempo seco continue e as chuvas não sejam suficientes para recuperar os reservatórios — então a situação é bastante complicada.
Drykarretada!