O deputado Alexandre Leite (DEM-SP), relator do caso de cassação da ex-deputada Flordelis (PSD-RJ), suspeita de ser a mandante do assassinato do próprio marido, revelou na noite desta quarta-feira (11) que PT e PSOL articulavam transformar a pena de cassação da parlamentar em “suspensão de mandato” até a sentença transitada em julgado. Na prática, a manobra garantiria a conclusão do mandato da suspeita de assassinato.
O deputado confessou a sua tristeza por relatar caso tão grave, que resultou na cassação de Flordelis por 437×7 votos, mas observou que uma decisão do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), abriu caminho para que o plenário, por meio de emenda, altere a punição de parlamentar sob processo de punição.
Alexandre Leite concedeu entrevista, esta noite, aos jornalistas Felipe Vieira e Cláudio Humberto, da BandNews TV.
A alteração realizada por Lira foi o que permitiu a deputados do PT e do PSOL tentarem articular uma emenda ao projeto de resolução do plenário “comutando” a pena da parlamentar. Agora, o plenário já não vota no relatório produzido pelo deputado relator do caso, mas sim o projeto de resolução, permitindo emendas.
O interesse desses dois partidos, segundo se desconfiou no plenário, era o de criar precedente para no futuro substituir a eventual cassação de aliados, vários deles enrolados em denúncias de corrupção, por uma espécie de “pena alternativa” que preserve o mandato parlamentar.
Quando os parlamentares perceberam a manobra de políticos do PT e do PSOL, reagiram fortemente. Ao final, o plenário se manifestou de forma contundente, aprovando a cassação de Flordelis por 437×7 votos.
Drykarretada!