Como todos sabem, a escalafobética decisão do ministro Edson Fachin, que resolveu desconhecer a competência da 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba para julgar crimes atribuídos ao ex-presidente Lula da Silva, tentando consequentemente anular o julgamento do habeas corpus que levanta a suspeição do então juiz Sérgio Moro. Diante dessa situação, o também escalafobético ministro Gilmar Mendes resolveu desprezar a determinação monocrática do colega e nesta terça-feira colocou em pauta na Segunda Turma a questão envolvendo o magistrado que julgou a Operação Lava Jato.
Como todos também sabem, apesar de o neoministro Nunes Marques ter pedido vista, o julgamento prosseguiu com os votos do relator Gilmar Mendes e de Ricardo Lewandowski.
SUSPEIÇÃO MUITO SUSPEITA – Os dois votaram a favor da tese de “parcialidade” do ex-juiz Moro, mas se esqueceram de declarar suas próprias suspeições, na forma da lei, pois Lewandowski e a mulher são amigos da família de Lula há décadas, desde quando moravam em São Bernardo do Campo, enquanto Gilmar passou a se relacionar com o ex-presidente petista em Brasília, a partir de 2003, porque sua mulher, a advogada Guiomar Feitosa, tornou-se amiga íntima da primeira-dama Marisa Letícia, conforme o próprio ministro revelou quando a mulher de Lula morreu.
O relator Gilmar Mendes leu trechos de um voto político, carregado de ódio e sem provas materiais. Conseguiu citar alguns erros do então juiz, falou duramente sobre as gravações de celulares feitas por hackers, mas não apontou nenhuma prova que tivesse a gravidade necessária para anular as condenações.
PACOTE ANTICRIME – Sem ter em que se apoiar, o relator criticou até o Pacote Anticrime que o então ministro Moro tentou aprovar e que era uma medida ansiada pela sociedade brasileira. Depois, no desespero, inventou que o então juiz Moro tinha um “projeto de poder”.
“A opção por provocar e não esperar ser provocado garantia que o juiz estava na dianteira de uma narrativa que culminaria na consagração de um verdadeiro projeto de poder. que passava pela deslegitimação política do Partido dos Trabalhadores, e em especial do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a fim de afastá-lo do jogo eleitoral” — afirmou o criativo relator, sem apresentar a menor prova do que dizia.
“ADVOGADOS” DE LULA – Nesse julgamento virtual, na verdade Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski se comportaram como se fossem advogados de Lula e demonstraram inexplicável ódio mortal a Sérgio Moro.
Já comentamos que um velho ditado afirma que a inveja mata, mas não é verdade. Se inveja realmente matasse, Gilmar e Lewandowski não mais estariam por aqui e não estaríamos obrigados a ouvir essa conversa fiada de suspeições nas condenações de Lula da Silva, que se diz o homem mais honesto do mundo, embora na verdade seja um tremendo pilantra.
Drykarretada!